Arlindo
O RIO DAS VELHAS
Há muitos anos eu, pai de família, sonhava em dar uma vida melhor para os meus. Naquela época, resolvi escutar os amigos, então resolvemos tirar ouro no Rio das Velhas. Durante anos fiquei dentro do rio, mas o que tiramos era muito pouco. Depois de muito tentar, um belo dia, dentro do rio, acabei tendo um derrame, e aí, naquele momento, o sonho acabou. Fiquei anos acamado, não andava, não falava. O tempo foi passando, me recuperei, anos depois, já não tinha como tirar ouro do rio mais, já estava completamente poluído. Mas teve muita gente quer enriqueceu tirando ouro nele.
Hoje moro no mesmo lugar, de frente pra ele e fico imaginando como poderia ter sido diferente.
NO MEU QUINTAL
Uma vez, no quintal da minha casa, ocorreu algo muito engraçado. Estava eu mexendo em minha horta, lá eu tinha couve, cebola, cana, tomate; e aí comecei a perceber, em todas elas estava um buraquinho. Achei que não iria pra frente. A cada dois dias eu ia olhar e os buraquinhos só aumentavam. Todas as vezes que eu ia olhar, minha cachorra ia atrás, deitava e ficava me olhando com os olhos de piedade. Bom, achei estranho, não suspeitava que podia ser ela.
Um belo dia, saí devagar para o terreiro quando me deparei com um barulho que vinha da horta. Quando cheguei lá perto, era ela, a cachorra, furando as verduras. Depois disso eu tomei um cuidado redobrado com ela, não deixando ela ficar perto da horta.
O FANTASMA DA LINHA DO TREM
Morávamos próximos da linha do trem. Eu tinha o costume de ficar conversando até tarde na rua, a linha do trem era bem em frente da minha casa.
Uma bela noite estávamos eu e meu amigo conversando. O bairro era muito tranquilo, mas nesse dia olhamos para a linha do trem e avistamos uma pessoa vindo, caminhando. À medida que se aproximava, víamos que era uma mulher toda de branco e que, quanto mais ela se aproximava, mais crescia, e fomos ficando assustados. Resolvemos chamar outra pessoa para ver. Quando minha mãe foi lá fora, não havia nada a não ser escuridão, mas acredito que até hoje ela anda pela linha do trem, alguém que morreu e não conseguiu se desligar desse mundo.