Estefane
O MEU QUINTAL
Onde moro, havia um pé de acerola que minha vizinha plantou. Ela regava, cuidava, mas nada adiantava, até que um dia ela recebeu a notícia de que estava grávida, e o pezinho, que não crescia, foi deixado de lado. Após o nascimento da criança, todos estavam felizes e alegres, mas algo estava por vir.
Na manhã seguinte, Carla faleceu, deixando seu bebê e outros três filhos, e naquele mesmo dia o pé que não crescia passou a crescer e até hoje naquele mesmo lugar floresce e dá frutos e a cada safra lembramos de Carla.
Eu acredito que nada é por acaso e que o tempo cura tudo, então ama enquanto você tem, cuide enquanto você pode porque só a morte não tem volta.
O CAMINHO DO RIO
Uma certa vez, fui fazer uma trilha com meu pai, minha prima Fernanda, seu marido e o filho de meu irmão mais velho.
Essa trilha tinha alguns poços e descia em direção ao rio. Pegamos uma trilha marcada de pedras e depois de algum tempo andando chegamos ao tal rio. Eu logo fui me banhar e assim que entrei, veio a correnteza e quase me levou. Agarrei na pedra e gritei meu pai, que logo vinha. Ele correu e entrou no rio com a correnteza super forte, me tirou de lá, me deu um beijo na testa e perguntou se eu estava bem.
Isso me ensinou a valorizá-lo enquanto ainda o tenho, porque depois que ele se for não irei poder lamentar sua perda. (MG, Serra do Cipó, dez. 2014).
A CURVA QUE MATA
Um belo dia João sentou na linha onde ele sempre ficava. Não muito satisfeito, João foi para a curva onde o trem virava e lá se sentou e ficou.
Logo após começou a puxar seu fumo e ficou ali pensando na vida e puxando seu fumo quando de repente João ouve um barulho muito estranho e o barulho só aumentava e João puxando fumo quando, do nada, veio o trem.
João correu tão rápido que escapou de ser atropelado, só que tinha uma madeira, o trem passou e a madeira se atirou e João saiu todo machucado com os estilhaços presos em seu corpo. João foi para o hospital e se tratou e desde então não sentou mais na curva que mata.