Esfinge
- Pedro Lobato Moura
- 13 de ago. de 2015
- 1 min de leitura
Os mineiros fazem o quê, quando cai algo em Madri?
Espanha!
Ontem desenhei estas esfinges, nos cantos do caderno:



Hoje, no ponto do ônibus, antes das sete da manhã, encontro o cigano Altamirando, meu amigo, fazendo sua caminhada. Mostro-lhe os desenhos. Ele acha interessante, e lembra a antiga charada da esfinge, da história do Édipo: O que é, o que é, que de manhã tem quatro pés, de dia dois pés e de noite, três?
Chego na escola e proponho a meus alunos uma aula de esfinge. É uma turma de 8 e 9 anos, interessada em artes. Desenho algumas criaturas no quadro, mostro meus desenhos de ontem. Conto que certa vez, num certo lugar, uma esfinge parou numa encruzilhada e disse, “decifra-me ou te devoro”. Enquanto ela esteve lá, nada crescia, não chovia, não brotava, nada rendia, os filhos nas barrigas não nasciam. Quem quisesse enfrentá-la, deveria resolver sua charada, o que a faria sumir, ou ser devorado, se errar. “Professor, ela era grande?”
Digo-lhes que, agora que lhes recitei a charada, é como se a Esfinge estivesse ali: deviam resolvê-la, ou seriam devorados!
O que é, o que é, que de manhã tem quatro pés, de dia dois pés e de noite, três?
O David sabia a solução da charada. O pai dele gostava de mitologia grega, ele também. Eu disse, “Estão vendo, turma? Salvos pela cultura!”
Os mineiros fazem o quê, quando não querem dizer a verdade?
Esfinge!
Eis alguns dos desenhos produzidos pelos alunos nesse dia:



