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  • Pedro Lobato Moura

Sonhos com artistas

SONHO COM CARTOLA

Sonhei que fui à casa de Cartola: Eu o vi velho, eu o vi criança. Era uma casa muito pobre de favela, eu sabia que era a casa de um grande artista. Havia um choro nas paredes, um sorriso nas janelas. As portas muito abertas, dentro e fora se confundiam. Não havia império para se ver, nada de nobreza, nem me lembro de violão nem de uma estante de livros, era uma casa de favela, desarrumada e lenta. Carente. Mas o nome Cartola, o saber que era a casa do Cartola, fazia tudo chorar, tudo sorrir, e escutava vagamente sua voz docefanha, e via um menino passar correndo, o zelador de um patrimônio.

SONHO COM MILTON

Sonhei com o Milton Nascimento: Estava eu com os amigos numa cachoeira. Sentei-me na grama, um pouco afastado dos outros, com meu violão, e comecei a arranhar não me lembro que música. Senti uma forte presença. Quando levantei a vista, Milton Nascimento, de pé, sandália de couro, de braços cruzados, me olhava, severo.

SONHO COM PAULINHO

Sonhei com Paulinho da Viola: Fui a um show dele (acordado, nunca fui, mas já vi na televisão). O show era no céu, sobre uma nuvem. A plateia se sentou numa pequena arquibancada, e Paulinho numa pequena arena, de terno azul e branco, violão, banquinho. Cantava em um microfone. Eu reparava no violão, mirava sua mão esquerda, via seus dedos fazendo harmonias incríveis no braço do pinho, e era como se eu entendesse, como se eu fosse assimilar aquilo. Eu estava aprendendo. Será que ele cantou Timoneiro, Jurar com Lágrimas, Para Ver as Meninas? No final, era tão pouca gente, o clima tão íntimo, o azul tão gostoso, que deu pra conversar com ele um pouco. Claro, quando acordei, a vaga lembrança daquela mão esquerda já não fazia sentido.

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