Desenho da árvore: Fernanda Daniela.
Meu sol precisa de sono
Gu Cheng (poeta contemporâneo).
Será que isso fica tão bom em chinês quanto em português? Poesia…
A Tu Fu, um gracejo
Encontrei-te no alto da montanha de Fan-kuo Chapelão na cabeça, sob o sol do meio-dia. Achei-te emaciado, magro de dar pena. Estarás sofrendo de novo do mal da poesia?
Li Po (701-762)
Ratos na biblioteca
Todos dormem. A lâmpada queima com uma luz azulada, A rataria esfomeada esgueira-se dos seus buracos: Pim pum - a barulhada de pires e pratos Que se quebram - pondo fim a meus sonhos.
Impaciento-me. Derrubarão o tinteiro sobre a mesa? Preocupo-me. Estarão roendo os livros nas estantes? Meu filhinho imita o miado de um gato, Solução por certo sem o menor efeito!
Mei Yao-Ch’en (1002-1060)
O Alaúde
O alaúde sobre o escabelo torneado. Sento-me, indolente e emocionado: É preciso que dedilhe as cordas? O vento roça-as e, sós, soam as notas.
Po Chü-Yi (772 - 846)
In: Revista Poesia Sempre, nº27. Tradução de A.B. Mendes Cadaxa.
![](https://static.wixstatic.com/media/03f87a_0b46a9705ff8409e9a92d6e589eb59d5.png/v1/fill/w_980,h_1157,al_c,q_90,usm_0.66_1.00_0.01,enc_auto/03f87a_0b46a9705ff8409e9a92d6e589eb59d5.png)