Microcontos
- Pedro Lobato Moura
- 1 de jun. de 2018
- 1 min de leitura

Abraço
O que precisas, chefe: o toque no rosto, de uma criança, o toque de cânfora na fronte. Mas, se já não adianta, se és calo ambulante e só - tem jeito? Só com um abraço de elefante.
Esperar
Aí está a bola. Te parece imóvel? Nenhuma particularidade é imóvel. Digamos que a bola está imóvel.
Aí temos você, potência de chute, que espera - soberano esperar! Espera talvez o apito, talvez a vontade de jogar. A bola repousa. Você, espera.
O que mais, neste vasto céu, é assim?
Raciocínio
Ir pro céu? Já estamos lá, tem céu pra todo lado, a terra fica no céu.
Morrer? ...
Poeta careca
A musa adentra o coletivo. O poeta, em mente, se levanta - Conan, o bárbaro - e toma a musa nos braços, põe ela no colo e salta.
Um espelho o redimensiona, poeta careca.
A musa toma seu assento. O poeta queda a mirar seu tornozelo, vinga-se num punhetoema.
À la Boitempo
Na minha infância, os espíritos terríveis vinham no final da tarde, baixavam na casa, entravam pelos olhos do pôster do Capitão América.