João Pedroso caminhava pelo mato quando, distraído, bateu com a testa num galho e caiu de costas no chão, desmaiado. Um carreiro de saúvas percebe João ali de papo pro ar e, no esforço conjunto, ergue o homem do chão e leva para o coração do formigueiro, debaixo da terra.
As formigas deitam João num campo de cogumelos brancos. De noite, a luz leitosa da lua cheia entra por um buraco no teto do submundo e encontra João Pedroso, que ainda dorme, coberto do pó alvo dos esporos fúngicos. Nossa Senhora se apieda de João e lança um fio pelo buraco e dali pesca João. Do tempo que ele passou com Nossa Senhora na lua, só existem canções sem letra. Ele voltou ao convívio dos homens, hoje é um senhor de barba bege sentado na mesa do canto, bebendo pouco e lentamente, figura, o João Pedroso.