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um conto de natal

Pedro Lobato Moura


Jetro era uma formiguinha que cavava túneis, trabalhando em turnos com sua equipe. Um dia, Jetro estava na linha de frente e, ao cavucar um canto, caiu num espaço aberto, todo iluminado, não da luz da superfície, mas do brilho interior, pulsante, de rochas coloridas. Olhando demoradamente, podia-se ver que as rochas lentamente suavam ou choravam cristais de todos aqueles matizes que merecem lindas palavras como esmeralda, topázio, rubi, turmalina, quartzo, safira, citrino, ágata, opala... Era a habitação de Niclaus, um gnomo.

Nós os conhecemos por Papai Noel. São pouco do que se diz deles, hoje. Não há um só, pra começar. São milhares de noéis, dentro da seiva que renasce nas plantas depois do inverno, dentro da terra talhando as rochas, na água, no fogo, subindo aos céus em carroças puxadas por renas, mas também por quatis, por jaguares e por beija-flores, distribuindo os presentes da estação. Não se vestem apenas de vermelho.

Niclaus diz a Jetro, ''há muito, muito tempo, uma moça humana teve um filho que era muito engenhoso e triste. O menino queria tudo para si. Embora fosse engenhoso, ele facilmente se enganava com visões, cheiros e sons, então os gnomos criaram um simulacro do mundo e deram pro homem e o homem acreditou naquele mundo colorido que girava em torno dele e nunca mais viu gnomos''.


Não é o nosso caso, né filha? Fala ''oi'' com o encantado.



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